domingo, 30 de maio de 2010

Brasil é o país que causa maior impacto ao meio ambiente

Brasil é o país que causa maior impacto ao meio ambiente

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br



Pesquisadores elaboraram dois rankings de países que mais degradam o meio ambiente.  Em uma das listas, a que considera o impacto absoluto de cada nação, o Brasil aparece como o pior país, graças ao desmatamento
Bruno Calixto
Um estudo publicado na revista científica PloS One (www.plosone.org) identificou o Brasil como um dos países que mais causam danos ao meio ambiente.  A pesquisa, intitulada "Evaluating the Relative Environmental Impact of Countries", foi produzida por pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, e publicada no dia 9 deste mês.
O artigo compara o estado da degradação do meio ambiente em mais de 170 países, utilizando diversos critérios, como crescimento da população de cada país, desmatamento, poluição marinha e perda da biodiversidade.  O documento também apresenta dois rankings de países que mais causam impacto à natureza.
Segundo os autores, o objetivo do ranking é identificar as nações mais bem sucedidas na condução de políticas para reduzir a degradação ambiental, e também apontar as políticas que falharam.  "Nosso objetivo aqui é apresentar métricas simples para medir os impactos ambientais - absolutos ou proporcionais - dos países", diz o estudo, em livre tradução do inglês.
Em uma das listas, a que considera o impacto ambiental de maneira absoluta, isto é, sem considerar o tamanho do país ou a quantidade de recursos naturais disponíveis, o Brasil foi classificado como o país que causa mais impacto no meio ambiente.
O principal motivo para que o Brasil tenha sido considerado o pior para o meio ambiente, na lista absoluta, é o desmatamento.  O país é o primeiro no critério de perda de floresta natural e o terceiro em conversão do habitat natural.  O Brasil também foi classificado como quarto no total de espécies ameaçadas e na quantidade de emissões de CO2.
"De uma perspectiva global, os países mais populosos e economicamente influentes tiveram o maior impacto ambiental absoluto: Brasil, EUA, China, Indonésia, Japão, México, Índia, Rússia, Austrália e Peru foram os 10 países pior classificados", diz o artigo.
A segunda lista classifica os países levando em conta seu impacto proporcional ao total de recursos naturais presentes em cada país.  Nessa classificação, o Brasil não aparece entre os 20 piores.
"Este índice classifica os seguintes países como tendo o maior impacto ambiental proporcional: Cingapura, Coréia, Qatar, Kuwait, Japão, Tailândia, Bahrain, Malásia, Filipinas e Holanda", diz o estudo.
De acordo com a pesquisa, existe uma relação, indicando que os países que mais degradam o meio ambiente são aqueles com maior população e maior riqueza.
"Os resultados também mostram que a comunidade mundial deve incentivar os países menos desenvolvidos a um melhor desempenho ambiental, especialmente na Ásia", diz o artigo.
Isso porque seis países asiáticos aparecem no topo, tanto da lista proporcional quanto daquela que avalia o impacto ambiental absoluto: China, Indonésia, Japão, Malásia, Tailândia e Filipinas.
O artigo está disponível, na íntegra e em inglês, no seguinte endereço:
http://www.plosone.org/article/info:doi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0010440

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O lixo nosso de cada dia

O lixo nosso de cada dia

Pesquisadora pesa e analisa resíduos produzidos em uma semana por quatro famílias paulistanas

19 de maio de 2010 | 10h 33
 
O material de trabalho da geóloga Ivone Silva, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é o que o resto das pessoas descarta. Munida de avental, luvas de borracha e uma balança de supermercado, ela gosta de sair a campo para analisar o lixo produzido nas cidades. Entre 2008 e 2009, Ivone separou e pesou 250 quilos de resíduos por dia. Contou apenas com o apoio de dois bolsistas e de dois funcionários da prefeitura para fazer um raio X do lixo em Diadema, no ABC.
Felipe Rau/AE
Felipe Rau/AE
A pedido do Estado, Ivone e os universitários Carolina Theóphilo e Paul Fooster repetiram a experiência num universo muito menor. Analisaram o lixo inorgânico produzido durante uma semana em quatro apartamentos, com dois a cinco moradores, de um prédio na região da Consolação, em São Paulo. O resíduo orgânico, que no País responde por cerca de 50% do lixo doméstico, foi descartado para facilitar a estocagem.
O objetivo da iniciativa foi mostrar às pessoas o quanto elas produzem de resíduos. “Nunca tinha parado para refletir sobre isso”, diz Márcia Marino, de 50 anos. Márcia, o marido e os filhos, adultos jovens, foram os campeões na produção de lixo, com 3,58 quilos – total que inclui 20 garrafas PET de refrigerante. Ou seja, em um ano a família produziria pouco mais de 170 quilos – ou o dobro disso, considerando o lixo orgânico. “Vou tentar produtos com embalagens diferentes, como vidro. Aqui em casa a gente manda para reciclagem, então esse lixo não está sendo jogado no ambiente.”
Ivone também analisou os itens que mais pesaram no volume de lixo produzido pelas famílias. Os vilões foram o papelão e o plástico duro ou PET. “São itens geralmente mais pesados”, explica.
A professora da Unifesp lembra que há diferenças gritantes de consumo em áreas pobres ou ricas, mas vê uma tendência clara da população em favor de alimentos prontos, embalados, em porções cada vez menores. “As pessoas têm rotinas corridas e preferem comprar o alho já picado, molho de tomate pronto. Até a água de coco vem em embalagem longa-vida”, afirma Ivone. “As embalagens representam um avanço tecnológico para conservar alimentos, mas depois o consumidor não sabe o que fazer com elas.”
A experiência teve um adendo: analisar os resíduos secos produzidos pelos serviços de delivery de fast food. Os moradores de um dos apartamentos, pai, mãe, filho de 10 anos e empregada doméstica, concordaram em pedir durante quatro noites refeições das redes Habib’s, China in Box, Mc Donald’s e Pizza Hut. Os resíduos foram pesados e separados por material. “O pedido de pizza fica em primeiro lugar, porque o papelão pesa mais, mas o lixo dos outros pedidos também foi relevante pelo grande número de unidades de embalagens”, analisou Ivone.
A Pizza Hut afirmou que as embalagens do delivery são recicláveis. “Nos últimos dois anos, a empresa investiu em novas tecnologias. Reduzimos em mais de 20% o material utilizado.”
O McDonald’s liderou em volume e em número de embalagens. A empresa afirma que tem um compromisso com o ambiente e adota condutas como o princípio dos três R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. “Essa política norteia a logística de distribuição e a operação dos restaurantes.”
O Habib’s alegou que suas embalagens incentivam o cliente a reciclar. “Além disso, a rede sempre procura definir embalagens de materiais recicláveis, reduzindo sua variedade e tamanho.”
O China in Box afirmou que a embalagem de seu box padrão usa papel cartão certificado. “A empresa também está prestes a implantar o uso de sacolas biodegradáveis, possivelmente ainda no segundo semestre de 2010.”
Saiba mais:
- Em países ricos, a concentração de resíduos inorgânicos é maior do que a de orgânicos, pelo maior consumo de alimento embalado.
- 1 kg de lixo por habitante por dia é a média do brasileiro. Entre os americanos, esse volume é de 2,25 kg. Em São Paulo, é de 1,5 kg.
- 10% do lixo produzido por dia no Brasil é gerado na capital paulistana, o equivalente a 17 mil toneladas diárias de resíduos.
- R$ 8 bilhões por ano é o que o País poderia lucrar com a reciclagem. Hoje, a coleta seletiva rende de R$ 1,4 bilhões a R$ 3,3 bilhões
Resultados
Período: 6 a 13 de maio
Total das 4 famílias: 8,14 kg
APTO 21
Pai, mãe e dois filhos adultos
Total: 3,58kg

papel+papelão: 29,6%
tetrapak: 5,58%
vidro: 4,46%
latas de alumínio: 1,67%
latas de metal ferroso: 5,02%
isopor: 3,35%
plástico mole: 6,7%
plástico duro + PET: 41,05%
Material: 20 garrafas PET de refrigerante, garrafa de detergente, pote de fermento, pote de molho inglês, 2 copos de plástico de requeijão, pote de sorvete, garrafa de plástico de leite, 5 caixas Tetrapak de leite, 1 caixa Tetrapak de água de coco, 2 maços de cigarro, embalagem de papelão dos correios, 3 revistas, material publicitário, comprovantes bancários, caixas de ovo, caixa de gelatina, caixa de chocolate, caixa de sabão em pó, 2 latas de alumínio de refrigerante, 5 latas (sardinha, leite condensado, milho verde), embalagem de alumínio de desodorante, vidro de requeijão, caixas de isopor de ovos, de comida e de frios, sacolinhas plásticas, saco de arroz, sacos de salgadinho, saco de farinha, saquinho de queijo ralado, saco de batata palha, pacote de miojo, pacote de bis, saquinho de guardanapo
Márcia Marino, dona de casa, 50 anos
"Na semana, consumimos muito refrigerante porque teve uma festa, vieram os amigos dos meus filhos, as namoradas. Nem sabia quanto que eu produzia de lixo, não tinha ideia. Temos que procurar diminuir, tentar produtos com embalagens diferentes. Usar embalagens de vidro em vez de plástico, por exemplo. Aqui em casa a gente manda para reciclagem, leva o lixo para o ponto de coleta. Esta quantidade de lixo não está sendo jogada no meio ambiente. Mas acho que a prefeitura deveria fazer coleta, para as pessoas que não têm locomoção para ir até um ponto de coleta."
APTO 22
República com 5 universitários

Total: 2,36 kg
papel + papelão: 17,79%
Tetrapak: 11,01%
plástico mole: 11,86%
plástico duro + PET: 31,35%
latas de alumínio: 5,08%
latas de material ferroso: 3,38%
vidro: 19,49%
Material: 8 garrafas PET, pote de danone, pote de sorvete, pote de iogurte, pote de tempero, 2 garrafas de vidro de cerveja, latas de alumínio de cerveja, latas de refrigerante, latas de milho, caixa Tetrapak de suco e leite, embalagem de papelão para pizza, McDonald's, embalagem de cookies, maços de cigarro, comprovantes bancários e papel de caderno.
Júlio G. C., 30 anos, publicitário
"Pet, papelão, isopor, seja qual for a espécie de lixo que as pessoas produzam, a gente tem a consciência de que alguns materiais demoram centenas de anos para serem reabsorvidos. Mas será que as pessoas têm que pagar o preço de não consumir os produtos? Acho que é responsabilidade das empresas investir em pesquisa tecnológica, produzir material biodegradável e repassar o custo do valor de produção para os consumidores. Porque, com o aumento da população, o consumo vai ser sempre maior."
APTO 31
Mãe e filho adulto

Total: 0,90kg
papel + papelão: 43,33%
plástico mole: 12,22%
plástico duro + PET: 35,55%
isopor: 3,33%
Tetrapak: 4,44%
embalagens contendo alumínio: 1,11%
restos de madeira: 1,11%
Materiais: embalagens de sabão em pó, chocolate, bobina do rolo de papel higiênico, caixa de remédio, jornal, comprovantes bancários, isopor, garrafa de amaciante, garrafa PET de refrigerante, caixa de suco
embalagem de arroz, bisnagas, pão, sacolinhas.
Marina Ruocco, pedagoga, 52 anos
"Desde o ano passado, a gente começou a separar para a reciclagem. Levo o lixo no ponto de coleta, e não precisa levar separadinho, basta separar orgânico de inorgânico. Não tinha noção de quanto a gente estava acumulando, meu filho fica fora de casa o tempo todo e a gente acaba consumindo menos mesmo. Neste ano a gente tentou reaproveitar tudo aquilo que dava certo, por exemplo, vidro, latinha. Acho que a gente até que está no caminho certo, reduzimos nosso lixo."
APTO 32
Pai, mãe, filho de 10 anos, empregada doméstica

Total: 1,30kg
papel + papelão: 46,15%
plástico mole: 24,61%
plástico duro + PET: 16,92%
isopor: 4,61%
Tetrapak: 7,69%
Material: isopor, 3 garrafas PET, 2 potes de tempero, 6 potes de Danoninho, margarina, embalagem de papelão de congelados, caixas de ovos, bobina de rolos de papel higiênico, embalagem de papelão de batata frita de fast food, copo de papelão de fast food, sacola de papelão, papel de caderno, embalagem de papelão de sedex, embalagem de papelão de doce, embalagem de café, embalagens de remédio, panfletos publicitários, 3 caixas de leite e uma caixa Tetrapak de ervilha, sacolinhas de plástico, saco de arroz, saquinhos de doce e salgadinhos, pacote de miojo, pacote de chocolate, embalagem plástica de papel higiênico, saco de lentilha
Paula Ruocco, 25 anos, empresária
"Nós já encaminhávamos o lixo para reciclagem antes, então separar o lixo para O Estado foi fácil, porque não mudou nada na nossa rotina. Sempre tento comprar coisas que vêm com menos lixo - não gosto muito de embalagem de isopor, por exemplo, porque nao dá para reciclar - e tenho preocupação em evitar as sacolinhas, levo minha própria sacola de pano para fazer compras."
A mesa do delivery
Fast food, lixo gerado em 4 dias: 1,52 kg
Por restaurante e por peso
Pizza Hut: 0,58kg
McDonald's: 0,37kg
Habib's: 0,30kg
China in Box: 0,27kg
Paula Ruocco, 25 anos, empresária
"Os deliveries de fast food deveriam enviar embalagens recicláveis ou biodegradáveis e não investir em tantas caixinhas. Uma ideia é comer no restaurante no lugar de pedir em casa, para evitar uma parte do lixo."
Por material, por peso e por restaurante
Pizza Hut:
papelão: 86,2%
papel: 1,7%
plástico duro + PET: 10,3%
plástico mole: 1,7%
Materiais: papelão, garrafa PET, papel, duas mesinhas de plástico
McDonald's:
papel+papelão: 81%
plástico duro (copos): 16,2%
plástico mole: 2,7%
Material: 4 caixinhas de papelão, sacolas de papel, papel guardanado, embalagem plástica para guardanapo, embalagem de papel para canudo, canudos de plástico, 4 copos plásticos com tampa, 2 potes de plástico de molho
Habib's:
papelão: 73,3%
papel: 6,6%
plástico duro + PET: 20%
Material: 4 caixas de papelão, 1 potinho plástico e 1 garrafa PET
China in Box:
plástico duro + PET: 22,2%
papel+papelão: 59,2%
plástico mole: 7,4%
madeira: 7,4%
embalagens de alumínio: 3,7%
Material: 1 garrafa PET, 2 caixas de papelão, 4 caixinhas, 6 hashi de madeira, 2 saquinos plásticos de biscoito da sorte, saquinhos plásticos

 

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sábado, 3 de abril de 2010

As iniciativas da Coca-cola em prol da sustentabilidade do planeta



Garrafa retangular de Coca-Cola para salvar o meio ambiente


São feitas de bioplástico, ocupam menos espaço em caminhões e contêineres, têm reentrância no fundo para serem empilhadas sem precisar de outros materiais, e ainda têm um formato "amassável" para estimular a reciclagem. Mas ainda é só um projeto, o qual tem algumas falhas a serem resolvidas.




COCA-COLA BRASIL REDUZ O CONSUMO DE ÁGUA EM 5%

SÃO PAULO - O Sistema Coca-Cola Brasil acaba de fechar o índice de uso de água no ano de 2009, que foi reduzido em quase 5%, mantendo-se entre os melhores índices da indústria de bebidas em todo o mundo.
Foi utilizado 1,98 litro para cada litro de bebida produzido - o que inclui o litro que vai dentro da embalagem. No fim de 2008, eram 2,08 litros. Há pouco mais de uma década, cada litro produzido consumia cinco litros de água.
A meta global da empresa é, até 2020, devolver à natureza toda a água utilizada em seu processo industrial através de ações como a captação da água da chuva para realimentação de lençóis freáticos e o replantio de árvores para recuperação de bacias hidrográficas.
Segundo José Mauro de Moraes, diretor de Meio Ambiente da empresa, "a diminuição do uso de água proporciona, além da redução de custo, fatores positivos como a necessidade de menores estações de tratamento de água e efluentes, estações de tratamento mais eficientes e com menor custo operacional e empregados mais conscientes. 


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